Função ministerial do salmo de resposta

Joaquim Fonseca, ofm

O costume de  se  cantar  o  salmo  durante  a  liturgia  da  palavra  remonta  aos

primeiros  séculos  da  história  do  cristianismo.  Esta  prática, herdada do culto da sinagoga judaica, foi incorporada  a  liturgia cristã muito cedo. Santo Agostinho ( século v ) fala  com  certa  eloqüência  em  suas  homilias  do  valor   do   salmo   cantado durante a liturgia da palavra. Aliás, os  pais  e  mães  da  igreja sempre consideraram o salmo de resposta  como  uma  "leitura cantada".

O Concílio Vaticano II, resgatou este costume  ligando  o  salmo  de  resposta  ao sentido teológico da primeira leitura. O salmo ocupa um espaço significativo como resposta por dois motivos: porque é cantado em forma  dialogal  entre  salmista  e assembléia e porque é escolhido para responder a palavra de Deus. Sua finalidade principal  é  prolongar  poeticamente   a   mensagem   da   primeira   leitura.  Este prolongamento   vai  de  dando  enquanto  o (a)  salmista  entoa  as  estrofes  e  a assembléia canta o mesmo refrão. Poderíamos dizer que este salmo  ressoa  nos ouvidos e no coração da assembléia como um suave eco  daquela  leitura.  A  sua resposta em forma de oração.

É "parte integrante da liturgia da palavra". Tem valor de leitura bíblica. Porém  esta "leitura" possui um caráter diverso das  demais  leituras  proclamadas  na  liturgia, uma vez que sua estrutura literária é essencialmente lírica e poética.

Via de regra, o salmo de resposta, ao menos aos  domingos  e  feriados  deve  ser cantado. Não podemos nos contentar com uma simples  recitação.  Uma  melodia elaborada com fraseados e cadências bem preparadas, traz as palavras do  salmo um sabor todo especial. O canto favorece a compreensão do sentido espiritual  do salmo, e contribui a sua interiorização. No hinário litúrgico da CNBB  encontramos boas opções de melodias para os salmos de resposta.

Fonte: Revista de Liturgia - 27